Discurso de Posse de Beatriz Virginia Camarinha Castilho Pinto na Cadeira nº 31 - Patrono: Paulo Setúbal - na Academia de Letras de São João da Boa Vista, 20/06/98
Sra. Presidenta / Srs. Acadêmicos / Prezados Convidados
Para mim, que nunca fui senão uma professora de literatura, não poderia haver honra maior do que essa que os Srs. Acadêmicos me concedem, de participar desta ilustre Casa. E a grande noite da minha carreira no mundo das letras.
Sinto-me feliz em entrar para esta comunidade literária, que me recebe tão generosamente.
A cada um dos senhores agradeço a confiança que em mim depositam. Trabalharei com as limitações próprias de minha mediania, mas com a grandeza - sem limites — de meus ideais.
Idealista e semeador de cultura também foi meu patrono, o escritor Paulo Setubal.
Mas, para o leitor contemporâneo, quem e Paulo Setubal?
As novas gerações não o conhecem, esquecido que ele é pelos livros didáticos e pela dita "grande literatura".
Alguns talvez o conheçam como o pai do banqueiro Olavo Egydio Setubal, d0 Banco Itaú, que mantém uma bela propriedade na vizinha Águas da Prata. Provavelmente pensarão que era mais um ricaço d0 inicio do século, que, como deleite, cultivava a literatura. Nada disso. Sua vida foi árdua — e ele próprio 0 conta com orgulho.
No entanto, 0s leitores mais experientes, certamente o conhecem; Setubal foi, ao lado de Monteiro Lobato, o escritor mais vendido entre os anos 1920 e 50. Quase um milhão de exemplares vendidos e traduzidos. Informou e divertiu gerações. Traçarei um breve perfil de sua vida e de sua obra.
Paulo Setubal nasce em Tatuí em 1893. Aos quatro amos perde 0 pai. A mãe liquida o armazém da família e descobre que pouco resta da antiga abundancia. O garoto vê-se obrigado a estudar na escola publica, onde convive com os humildes e aprende -— confessa ele - a proveitosa lição de "desde cedo a conhecer a vida como ela é".
Quer saber mais? Então acesse: Diário de Tatuí
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